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Pauta de discussões em diversos setores, a presença das mulheres em cargos de liderança tem sido cada vez maior. Apesar dos desafios que ainda enfrentam, como a luta por igualdade salarial e contra o assédio, as mulheres têm conquistado mais espaço em cargos de chefia. E essa é uma tendência que se deve consolidar. A pesquisa “Women in the boardroom”, realizada pela Deloitte e divulgada em 2022, em 10.493 empresas de 51 países, incluindo o Brasil, revelou que as organizações estão, em geral, muito mais atentas e preocupadas em avançar na equidade de gênero em cargos de direção.
O mesmo estudo aponta que o percentual brasileiro de mulheres em conselhos demonstra um crescimento de 1,8%. Segundo o histórico da pesquisa, também houve um aumento, embora discreto (0,8%), de mulheres nas presidências das organizações: 1,2% das empresas que atuam no Brasil contam com CEOs mulheres.
Outra pesquisa intitulada “Women in Business”, da multinacional britânica de consultoria Grant Thornton, indica que, embora tenha apresentado uma ligeira queda na passagem de 2021 para 2022, a presença de mulheres em cargos de liderança cresceu nos últimos anos. Em 2019, era de 25%. Já em 2021 chegou a 39%, caindo para 38% em 2022. Portanto, mesmo com ressalvas, é possível afirmar que os avanços recentes na equidade da presença de homens e mulheres em posições de liderança já mostram resultados.
No setor de transportes, um dos segmentos historicamente mais comandados por homens, o percentual de trabalhadoras ainda é inferior. O número é de apenas 17%, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No entanto, elas têm assumido mais cargos de liderança no setor nos últimos anos, seguindo o panorama geral. Exemplo disso é o que ocorre no Sistema SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem no Transporte). A nível nacional, o quadro de lideranças é composto em 57% por mulheres.
Para Amanda Machado, superintendente da Federação dos Transportes de Passageiros do Ceará, Piauí e Maranhão (Fetrans), que atua há 20 anos no setor, a força, qualificação das mulheres e o apoio das entidades de classe junto às empresas de transporte têm proporcionado a mudança neste cenário.
“Além do setor de transportes, as entidades de classe também eram um ambiente dominado pelos homens, mas percebo que, as mulheres já se interessam em participar quando são apresentadas a esse universo. É evidente que as mulheres ainda enfrentam barreiras para alcançar posições de liderança, mas, acredito que hoje podemos estar em qualquer lugar que desejamos, desde que exista preparo e dedicação combinados a políticas públicas, esforços das empresas e o apoio de organizações. Desta forma podemos perceber que já existe uma perspectiva otimista para o futuro”, afirma a superintendente.
A executiva destaca exemplos de mulheres que já ocupam posições de liderança nas entidades. “Hoje, a nível nacional, temos nossa Diretora do SEST SENAT, Nicole Goulart, além da diretora do Instituto de Transporte e Logística (ITL), Eliana Costa. No âmbito regional, contamos com a atuação Fernanda Barreira, supervisora do CRNE I do Sest Senat; Denise Xavier, diretora do Sest Senat Fortaleza/Ceará; Claudia Muniz, diretora do Sest Senat Sobral/Ceará; Mylma Botelho, diretora do Sest Senat Imperatriz/Maranhão e muitas outras. Na própria Fetrans, temos a nossa diretora Ana Carolina Dias Medeiros, e diretora do nosso Centro Cultural, Aída Eskinazi. E nos sindicatos associados temos Jorgelle Matos, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luis (SET São Luís) e Joilma Sepulveda, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Piauí (Sineônibus)”, Maria José Luz, Gerente Administrativa do Sindiônibus, dentre outras, elenca Amanda.
“Todas são lideranças importantes para o Sistema Fetrans/SEST Senat e para o setor de transporte, com papel ativo, responsáveis por fazer o transporte avançar e desenvolver pessoas no setor”, completa a executiva.
Sobre a Fetrans
Com 33 anos de atuação no setor de transportes de passageiros do Ceará, Piauí e Maranhão, no último mês de abril, a Federação dos Transportes (Fetrans) possui papel representativo, a atuando na defesa dos interesses do setor de transportes e para o desenvolvimento da mobilidade urbana, reforçando ações que prezem pela manutenção e pelo aprimoramento dos sistemas de transporte coletivo, garantindo, junto aos sindicatos e às empresas, a oferta desse serviço à população.
É uma entidade constituída para representar os filiados de sua base territorial junto à sociedade civil e aos poderes públicos, colaborando com as políticas de desenvolvimento do transporte. A Federação caminha de braços dados com o Conselho Regional Nordeste I (CRNE I) do Sest Senat, que conta com uma estrutura de sete unidades operacionais espalhadas por sua base de atuação, trabalhando para o desenvolvimento profissional e bem-estar do trabalhador em transporte e sua família.