Situação no setor continua difícil, com 44% sem conseguir fazer lucro. Expectativa é que a data traga alívio ao setor
À medida que o Dia das Mães se aproxima, uma das datas mais celebradas e lucrativas para o setor de alimentação, bares e restaurantes do Ceará projetam aumento no faturamento. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou um otimismo entre os empresários, com 89% dos estabelecimentos planejando abrir suas portas no segundo domingo de maio, dia 12. Destes, 79% esperam superar o faturamento do ano anterior, com a maioria (58%) projetando um aumento de até 20%.
Com 33% das empresas tendo registrado prejuízo em março, a data chega como uma esperança de alta nas vendas para o setor. No mesmo mês, outros 44% ficaram com as contas em equilíbrio e apenas 23% realizaram lucro. Mesmo com o baixo percentual de lucratividade, 44% ainda revelaram aumento no faturamento em março, comparado a fevereiro.
Taiene Righetto, presidente da Abrasel no Ceará, reforça a preocupação com o baixo número de empresas obtendo lucro, mas também deposita esperança na data comemorativa do próximo domingo. “Apesar da queda no número de empresas realizando prejuízo, ainda temos muitas empresas sem realizar lucro - e não podemos esquecer que este número ainda é extraordinariamente alto. Mas há boa expectativa para que o Dia das Mães seja uma data com bom movimento e ajude a melhorar este quadro de muita incerteza”, comentou.
A pesquisa também destacou o problema contínuo da inflação. Quase 59% dos entrevistados afirmaram que não conseguiram acompanhar o aumento inflacionário, que foi de 1,42% no primeiro trimestre do ano. Desse grupo, 39% não conseguiram reajustar seus preços de cardápio e 20% fizeram ajustes abaixo da média. Por outro lado, 26% aumentaram os preços conforme a inflação e apenas 15% conseguiram ajustar o cardápio acima do índice de inflação
O endividamento também é uma outra preocupação do setor, com 45% das empresas apresentando pagamentos em atraso. Entre estes, mais de três quartos (77%) devem impostos federais. Na sequência, 54% devem impostos estaduais, 36% têm parcelas de empréstimos bancários em atraso, 41% devem encargos trabalhistas/previdenciários e outros 41% estão em débito com serviços públicos como água, gás ou energia elétrica.