“Um homem chamado José”, solo do ator cearense Otacílio Alacran, terá estreia nacional no XV Festival de Teatro de Fortaleza




A apresentação será no dia 21 de junho, no Teatro São José, marcando o encerramento do FTF, que começa no dia 10.

O livro “Um Evangelho de José” do dramaturgo cearense Marcos Barbosa, serviu de base para a criação cênica “Um homem chamado José”, projeto idealizado pelo ator Otacílio Alacran. A estreia nacional do espetáculo e o lançamento do livro vão marcar o encerramento do XV Festival de Teatro de Fortaleza, dia 21 de junho, no Teatro São José. Numa realização da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor), em parceria com o Teatro Novo, o XV FTF acontecerá de 10 a 21 de junho, com toda a programação gratuita.


Os artistas Marcos Azevedo (diretor), Fábio Cintra (músico) e Élder Sereni (preparação corporal)  e o Coletivo Aias do Brasil também participaram da criação da montagem, que nasceu em comemoração aos 33 anos de atividades do cearense Otacílio Alacran nas artes cênicas. Uma trajetória de criações cênicas, que sempre visa mostrar um teatro no qual a construção de significados da cena dependa fundamentalmente da ação do ator. O artista investigador e agente cultural do Teatro da Universidade de São Paulo – TUSP, órgão que o apoia culturalmente, participou da XII edição do festival, em 2016, com a elogiada produção “Os Males do Tabaco”, do dramaturgo russo Anton Chekhov.


O atual trabalho contou com algumas leituras dramáticas, tanto na finalização do Programa TUSP de Leituras Públicas “Pai Brasil?” e no espaço cultural Oficina Figueira do Cambuci em São Paulo, como em Fortaleza, em fevereiro, a convite da Escola Porto Iracema das Artes. No Festival de Teatro de Fortaleza, será a primeira vez que o solo será encenado em âmbito nacional. 


O Espetáculo


“Um homem chamado José” faz uma leitura original da figura bíblica de José, que se mostra inesperadamente contemporânea ao se revelar não-alinhada aos padrões de seu tempo, abrindo, assim, caminhos para uma nova masculinidade.


Essa experiência teatral nasceu de uma conversa inicial entre Alacran e seu amigo, o Pe. Jair da Costa, durante a pandemia do COVID-19 em 2020, sobre a possibilidade de trazer para a cena, uma leitura da vida daquele homem, que antes de ser “São José”, é um carpinteiro de Nazaré da Galileia, um homem com as dificuldades, dúvidas e alegrias de todas as pessoas, de qualquer tempo e sociedade. Inspirados inicialmente no livro “O Sonho de José e o Sonho de Novas Masculinidades”, do Pe. Hermes Antonio Tonini e dos fragmentos poéticos ou intertextos escritos pelo poeta Ismar Leal (in memoriam) e da dramaturgia do grupo, que culminou numa Live-espetáculo.


Em 2023, retornando ao tema e à sala de ensaio, o atual Coletivo trabalhou numa ação geral, onde o roteiro foi sendo composto pela articulação de ações físicas que explicitassem o embate interno de um homem comum ante uma situação limite que determinaria os novos valores de sua existência, produzindo assim, o atual espetáculo “Um homem chamado José”.


Sobre os artistas


Integrante da primeira turma do Curso Princípios Básicos de Teatro do TJA (1991), Otacílio Alacran teve uma extensa carreira desenvolvida no Ceará, antes de mudar-se para São Paulo. No Ceará, dirigiu e atuou em espetáculos como “Quem Dará o Veredicto?”, de autoria de Gero Camilo, peça com a qual venceu o prêmio de Melhor Ator e Melhor Espetáculo Juri Popular no XII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga, em 2005. Já na capital paulista, trabalhou com Marco Antônio Braz, Bia Szvat, Leo Lama, Tiche Vianna, Lucas Mayor, Juliana Galdino, Rafael Cristiano, Marcos Gomes, Anne-laure Lemaire (FR) e Alberto Villarreal (MX). Participou da 33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas, dentro do projeto “Recital para um massagista”, de Tal Isaac Hadad, destinado a cantores conectados com práticas vocais de variadas vertentes. Em 2021 dirigiu a experiência online de criação cênica “397 Dias em Silêncio: Título Provisório”. Mais recentemente, dirigiu e atuou no espetáculo “Faraó Tropical”, contemplado em 2022 pela 8ª Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do Centro Cultural São Paulo. 


Marcos Barbosa é formado em dramaturgia pelo Instituto Dragão do Mar de Artes e Indústria Audiovisual do Ceará, é professor permanente do Mestrado em Artes da Cena da Escola Superior de Artes Célia Helena e doutor em artes cênicas pela Universidade Federal da Bahia. Publicou títulos como “The Art of Cultural Exchange” (Vernon Press, 2019) e “Novo Drama Alemão” (Fast Design, 2015). Dramaturgo, pesquisador e tradutor de literatura dramática, tem peças encenadas e publicadas em países como Portugal, Cuba, Argentina, Inglaterra e Estados Unidos e traduziu obras de autores como Shakespeare, Brecht e Georges Feydeau.


SERVIÇO

XV Festival de Teatro de Fortaleza (FTF) - de 10 a 21 de junho de 2024 em espaços culturais de Fortaleza. Informações: curadoria.xvftf@gmail.com. Rede Social: @festivaldeteatrofortaleza


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