Dados inéditos do Ministério do Trabalho e Emprego mostram uma diminuição de 4,8 milhões para 2,4 milhões de jovens desempregados entre o 4º
trimestre de 2019 e mesmo período de 2024
O Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE, maior ONG de inclusão social e empregabilidade jovem da América Latina, realizou na última terça-feira, 29, o evento “Empregabilidade Jovem”. Na ocasião, foi apresentada a pesquisa realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o MTE, que apontou, dentre outros dados, a redução na porcentagem de jovens desempregados; que caiu de 25,2% no 4º trimestre de 2019 para 14,3% no último trimestre de 2024 (porcentagem referente aos jovens de 14 a 24 anos).
Os números inéditos foram apurados e contextualizados pela subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, e mostraram ainda que, dos jovens ocupados, 53% deles são celetistas até 24 anos e 15 ocupações agregam 50% desses empregados celetistas, 67,1% com salários abaixo da média de R$1.854. Tais dados chamam a atenção para a baixa remuneração recebida por esta faixa etária, que também se encontra empregada em ocupações pouco técnicas e facilmente substituídas pela tecnologia.
Durante sua fala, Paula destacou: “Precisamos prestar atenção onde os nossos jovens estão trabalhando, porque grande parte das ocupações dos jovens celetistas são portas de entrada para o mercado, mas também indicam funções com muitas atividades repetitivas e que podemos colocar uma máquina para fazer. Precisamos olhar para eles pensando no futuro”.
A apresentação dos dados mostrou também que o quantitativo de estagiários cresceu de 642 mil em 2023 para 877 mil em 2024, alcançando o número de 990 mil no primeiro bimestre de 2025; sendo representado majoritariamente por mulheres (64%) cursando ensino superior (75%). Os aprendizes eram 637.509 em novembro de 2024, número um pouco mais elevado que o observado em fevereiro de 2025 (633.720 jovens), com salário médio de R$914,59 (60% do salário mínimo federal).
Os dados revelaram também os principais motivos dos pedidos de desligamento voluntário entre os jovens de 14 a 17 anos: Ter outro emprego em vista (30% e 36%), baixo valor do salário (29% e 36%) e trabalho não reconhecido (24% e 31%). Entre a faixa de 18 a 24 anos; 28% deles citou problemas éticos com a forma de trabalho da empresa e 20% falta de flexibilidade na jornada de trabalho.
Paula finalizou ressaltando os desafios a se pensar sobre a empregabilidade jovem, destacando a importância de elevar a escolaridade dos adolescentes e jovens, conectar o exercício do trabalho à formação técnica e tecnológica (através dos programas de estágio e aprendizagem), ampliar a parcela de jovens em atividades de maior concentração técnica e tecnológica, reforçar a elevação da escolaridade e a capacitação para novas tecnologias via EAD entre os que estão fora do mercado de trabalho (notadamente os meninos e as jovens mães e criar novas oportunidades de trabalho) e sempre considerar as desigualdades regionais, de sexo, raça e etnia.
O evento entrou em seu terceiro ano consecutivo e, além da apresentação do estudo por Paula Montagner, também estiveram presentes o Diretor de Políticas de Trabalho para a Juventude do MTE, João Victor Motta e Rodrigo Dib, superintendente Institucional e de Inovação do CIEE. O encontro trouxe uma palestra do BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo) sobre investimento social corporativo e seus impactos para as empresas e o segundo setor e roda de conversa com representantes de grandes organizações como Ambev, Fundação ArcelorMittal e Fundação Sicredi, discutindo estratégias de investimento com foco em impacto social e práticas ESG.
Rodrigo Dib, superintendente Institucional e de Inovação do CIEE, reforçou a importância de cuidar da juventude: “Nós, no CIEE, uma organização sem fins lucrativos que há mais de 60 anos apoia a juventude nessa trajetória tão difícil de sair da escola e entrar no mercado de trabalho. O que vai ser do nosso país se a gente não cuidar da nossa juventude da forma que ela merece? Olhar para a inclusão produtiva é muito mais que falar de emprego, é garantir o futuro econômico do Brasil”- pontuou.
Além da apresentação dos números, houve também a entrega do Troféu Empregabilidade Jovem Brasil 2025 – Edição ESG, que homenageou investidores sociais que apoiam a inclusão produtiva dos jovens brasileiros. São elas: Ambev, Alelo Brasil, Adecco, ADM, Alpargatas S.A., Amazon, Roche, Arcos Dourados (McDonald’s), Bayer, Biolab Sanus Farmacêutica, Banco Bradesco, Braskem, CAIXA, CI&T, Dasa, Fundação ArcelorMittal, Grupo Fleury, Gerando Falcões, Instituto Camargo Corrêa, Grupo Pão de Açúcar, Instituto Coca-Cola Brasil, Lenovo, Locaweb / LWSA, LinkedIn, MobiBrasil, Mills, Natura, Nestlé, Nike, Oracle, Pluxee, Porto Seguro, Sabesp, Santos Brasil, Schneider Electric, Fundação Sicredi, Siemens Healthineers, Sodexo, Suzano, TOTVS, Teleperformance, Unilever, Voke, XP Inc., Yduqs, Lojas Renner S.A., Diversidade Hub, PepsiCo, Instituto Phi, Agência São Paulo e CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.
CIEE 61 anos: Imparável
Desde sua fundação, o Centro de Integração Empresa-Escola, maior ONG de inclusão social e empregabilidade jovem da América Latina, se dedica à capacitação profissional de jovens e adolescentes. A instituição, responsável pela inserção de 7 milhões de brasileiros no mundo do trabalho, mantém uma série de ações socioassistenciais voltada à promoção do conhecimento e fortalecimento de vínculos de populações prioritárias.
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