Férias aumentam o risco de quedas da própria altura em crianças



Maior tempo em casa durante o mês de julho em atividades de lazer exige atenção dos pais. Ortopedista da SBOT-CE alerta para os cuidados para se evitar contusões, entorses e fraturas - inclusive em idosos



Mês de julho é tempo das férias escolares, com mais tempo das crianças e jovens em casa, correndo e brincando em atividades esportivas ou de lazer. Os pais gostam quando elas gastam energia, mas fica a preocupação com o risco de quedas da própria altura, uma das principais causas de ocorrência nos serviços de emergência. Contusões, entorses e fraturas podem levar à interrupção das férias e dias de recuperação. Somente no primeiro semestre deste ano, o IJF - Instituto José Frota, atendeu a 7 mil casos de quedas, incluindo as da própria altura. E a preocupação não é apenas com as crianças: conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre idosos com 80 anos ou mais, cerca de 40% sofrem alguma queda anualmente. Essa frequência é ainda maior (50%) entre os que vivem em asilos ou casas de repouso.


De acordo com os especialistas, as quedas da própria altura são consideradas um problema de saúde pública, pois atingem todas as faixas etárias e podem ocorrer em qualquer ambiente, especialmente em casa. “As quedas da própria altura acontecem porque fatores internos, como desequilíbrios, fraqueza muscular, distúrbios neurológicos e doenças crônicas, se somam a fatores externos, como pisos escorregadios, tapetes soltos e objetos no chão. Crianças e idosos são especialmente vulneráveis”, alerta o ortopedista Rafael Leitão, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional Ceará (SBOT-CE),


Lesões frequentes

As lesões mais frequentes são as dos membros superiores, sendo punho e antebraço os mais comuns, seguidos de cotovelo, úmero e clavícula. Nos membros inferiores, as partes mais frequentemente lesionadas são o tornozelo e a tíbia. Em idosos, a fratura do fêmur é especialmente preocupante, podendo comprometer a mobilidade e até reduzir a expectativa de vida. A prevenção exige atenção redobrada ao ambiente e aos hábitos. “É muito importante manter os ambientes bem iluminados, retirar tapetes soltos, fios e brinquedos do caminho, instalar barras de apoio em banheiros e escadas, e optar por calçados antiderrapantes. Nos banheiros, a instalação de barras nas paredes é uma medida de prevenção muito importante”, orienta Rafael Leitão. 


O presidente da SBOT-CE reforça que crianças e idosos precisam de cuidados específicos. “No caso das crianças, a supervisão constante durante brincadeiras é indispensável, principalmente em locais desconhecidos ou com riscos potenciais. Já para os idosos, além do ambiente seguro, é importante acompanhamento médico regular, avaliação da visão e audição, e incentivo à prática de exercícios para fortalecer a musculatura”, orienta o ortopedista. 


O que fazer

Em caso de uma queda da própria altura, alguns sinais podem ser um alerta para se procurar imediatamente um serviço de saúde ou emergência. “Se houver dor intensa, incapacidade de movimentar um membro, deformidade visível, inchaço rápido, sangramento, ou se a pessoa bater a cabeça e apresentar sonolência, vômitos ou confusão mental, é fundamental procurar imediatamente um serviço de emergência”, ressalta Rafael Leitão. “Mesmo lesões aparentemente leves podem esconder fraturas ou traumatismos mais graves, especialmente em idosos e crianças. Nunca tente ‘colocar no lugar’ uma articulação deslocada ou forçar o movimento do membro machucado. O ideal é imobilizar a área afetada e buscar avaliação médica o quanto antes”, orienta.



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