Quais são os riscos e cuidados necessários para quem trabalha muito tempo sentado? Médico do trabalho explica




Muito se fala de acidentes de trabalho com colaboradores que assumem tarefas mais complexas, como, por exemplo, manutenção predial, manutenção de equipamentos, etc. Porém, há riscos que podem acometer pessoas que não trabalham com serviços perigosos, mas que atuam sentados por longos períodos. Para isso, existem cuidados particulares relacionados a ergonomia e movimento. 


O médico do trabalho do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), Rômulo Viana, explica que a configuração correta da estação de trabalho e o controle de tempo sentado são detalhes que devem ter atenção. “Hoje temos três componentes importantes quando falamos sobre acidentes no trabalho: o tipo típico, que se caracteriza como quedas, tropeços, fraturas; os acidentes de trajeto, que podem ocorrer da casa do colaborador ao trabalho, assim como vice e versa; e as doenças ocupacionais, que vão desde tendinites, esforço repetitivo, até as doenças mentais, como ansiedade, estresse, entre outras”. 


Salientando o terceiro tipo de acidente, um local de trabalho inadequado pode contribuir para Lesões e Disfunções Musculares, sendo as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) como as mais comuns, que incluem síndrome do túnel do carpo, bursite  e tendinite nos membros superiores.


“Diferente do que se imagina e que pode ter virado senso comum, essas doenças não são causadas apenas por uma atividade repetitiva, pesada e cansativa, mas um período prolongado sentado pode reduzir fluxo sanguíneo, irritar os nervos e causar microtraumas aos grupos musculares”, afirma Rômulo. 


Como amenizar? 


Em uma situação como essa, onde existe um longo período de inatividade, é possível realizar alguns movimentos e atividades físicas para melhorar a qualidade de vida no local de trabalho. 


Esticar os músculos por 15 a 30 segundos é benéfico. “O objetivo é estender-se na direção oposta a posição estática que o corpo já é submetido durante a rotina de trabalho”, ensina o médico. Além disso, quebras de movimentos são outras opções. É recomendado que se levante da cadeira a cada 30 a 60 minutos e que se ande, pelo menos, dez mil passos por dia.


"Embora essas práticas possam ser úteis, a atividade física regular, de preferência a musculação, é o ideal. Incorporar uma rotina de exercícios pode ajudar a reduzir o sedentarismo, fortalecendo os músculos afetados, além de diminuir o risco de doenças como diabetes e problemas cardiovasculares", alerta Viana.

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