Dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 5,4 milhões de internações cirúrgicas ocorreram no SUS em 12 meses, com média de permanência entre 4 e 5 dias, período fundamental para a estabilização do paciente
Entre junho de 2024 e maio de 2025, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 5.480.366 internações relacionadas a procedimentos de clínica cirúrgica. Destas, aproximadamente 1.021.673 foram cirurgias de alta complexidade, entre elas neurocirurgias, que exigem maior infraestrutura e tempo de internação para garantir segurança e efetividade no tratamento. A média nacional de permanência hospitalar para essas cirurgias é de cerca de 4 dias, tempo fundamental para o acompanhamento intensivo do paciente no pós-operatório*.
No Ceará, a média de permanência é um pouco maior, chegando a 5,4 dias, mostrando como a complexidade e a necessidade de cuidados especializados refletem na demanda por um suporte multidisciplinar qualificado. Essa diferença demonstra a importância de cada unidade hospitalar estar preparada para monitorar os pacientes com atenção, reduzindo riscos de complicações e contribuindo para uma recuperação mais segura e eficiente.
Segundo o neurocirurgião Rafael Maia, o sucesso da recuperação pós-neurocirurgia depende de uma série de cuidados essenciais que vão desde o controle da dor até a prevenção de infecções e o acompanhamento médico contínuo. “Nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente pode apresentar limitações, mas a tendência, dependendo do caso, é de melhora gradual com o suporte adequado e o monitoramento constante”, explica. O papel da equipe médica e da estrutura hospitalar é crucial para identificar sinais de alerta como sonolência excessiva, confusão mental ou déficits neurológicos que podem indicar complicações graves.
Rafael Maia também destaca que a comunicação clara entre médico, paciente e familiares é determinante para a tranquilidade e o sucesso do pós-operatório. “Quando o paciente entende o que está acontecendo com seu corpo, ele se torna um parceiro ativo na recuperação, fazendo toda a diferença”, afirma. Para ele, a reabilitação não termina na alta hospitalar, sendo fundamental que o paciente mantenha o acompanhamento com profissionais especializados.
Após a alta, o processo de recuperação pode se estender por semanas ou meses e envolve reabilitação multidisciplinar, incluindo fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e, em alguns casos, apoio psicológico. “Essas terapias são essenciais para restabelecer funções afetadas pela cirurgia, como equilíbrio, memória e linguagem, principalmente em cirurgias que envolvem áreas críticas do cérebro ou da coluna”, ressalta o neurocirurgião.
Além disso, a adoção de cuidados básicos no dia a dia faz diferença na evolução do paciente. Manter uma alimentação equilibrada, respeitar os limites do corpo, evitar esforços excessivos e seguir corretamente as orientações médicas sobre medicações são atitudes que contribuem para minimizar complicações e acelerar a recuperação. Com o avanço das técnicas minimamente invasivas, os índices de recuperação funcional têm melhorado, mas a atenção ao paciente deve ser constante e individualizada para garantir os melhores resultados.
*Dados retirados da plataforma DataSUS, através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)