A endoscopia digestiva deixou de ser apenas um exame diagnóstico para se tornar também uma via de tratamento inovador. Uma das técnicas mais promissoras é a chamada cirurgia do terceiro espaço, procedimento endoscópico minimamente invasivo que atua entre a mucosa e a parede do órgão digestivo, conhecido como submucosa. Essa abordagem vem revolucionando o tratamento de tumores iniciais e de distúrbios da musculatura do aparelho digestivo.
O médico endoscopista Paulo Prado explica que a evolução dos endoscópios flexíveis permitiu não apenas olhar por dentro dos órgãos, mas também realizar cirurgias internas com alta precisão. “A cirurgia do terceiro espaço permite ressecar lesões pequenas, como tumores precoces, e tratar doenças relacionadas à musculatura dos órgãos sem necessidade de grandes cirurgias, preservando o órgão e diminuindo riscos e sequelas”, afirma.
Entre as principais vantagens estão a preservação da função digestiva, menor tempo de recuperação, redução do dor e do risco de complicações em comparação às cirurgias convencionais. O procedimento já é utilizado em casos como câncer precoce de esôfago, estômago ou intestino, além de doenças como a acalásia, caracterizadas por distúrbios motores do esôfago.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), uma técnica tem se consolidada no país e é tema de cursos e workshops especializados que atraem especialistas nacionais e internacionais. O método amplia as possibilidades terapêuticas, beneficiando pacientes que, até pouco tempo atrás, precisariam passar por cirurgias invasivas de grande porte.
Com avanços como esse, a endoscopia brasileira se firma na vanguarda de tratamentos que unem tecnologia, segurança e qualidade de vida, abrindo espaço para novas histórias de superação na medicina.

