Gestão qualificada é essencial para reduzir inadimplência, valorizar imóveis e garantir segurança dos moradores
O mercado imobiliário brasileiro vive um período de expansão acelerada, com mais de 520 mil empreendimentos residenciais em condomínio, que abrigam cerca de 80 milhões de pessoas. O segmento movimenta aproximadamente R$ 190 bilhões por ano em taxas de administração, manutenção e serviços, segundo dados do setor. Nesse cenário, a função de síndico deixa de ser apenas uma atribuição voluntária de moradores para se tornar uma atividade que exige preparo técnico e profissionalização.
De acordo com o Censo Condominial 2024/25, o Brasil possui 13,2 milhões de endereços em arranjos condominiais. A pesquisa Panorama dos Condomínios Brasileiros revela que a gestão financeira é o maior desafio enfrentado pelos síndicos, seguida por questões administrativas e de convivência. O estudo aponta que a demanda por síndicos profissionais deve crescer até 30% nos próximos cinco anos, impulsionada pela complexidade das atribuições e pela necessidade de garantir eficiência e transparência.
“Hoje, administrar um condomínio significa lidar com questões jurídicas, financeiras, tecnológicas e de mediação de conflitos. A figura do síndico profissional se torna indispensável para reduzir a inadimplência, que chega a 20% em muitos empreendimentos, evitar desvalorização patrimonial e assegurar o bem-estar dos moradores”, afirma Luciana Lima, diretora da Gestart Condomínios.
O debate sobre a regulamentação da atividade ganhou força com o Projeto de Lei nº 4.739/2024, que propõe registro compulsório de síndicos profissionais não condôminos nos Conselhos Regionais de Administração. A proposta, porém, divide opiniões: enquanto alguns veem na medida um passo para organizar a profissão, especialistas apontam riscos de aumento de custos para os condomínios e restrição à autonomia das assembleias.
Para Luciana Lima, mais do que criar barreiras burocráticas, o caminho está na valorização das boas práticas já existentes. “A profissionalização não precisa ser imposta por lei. Hoje já contamos com certificações privadas, auditorias independentes, seguros e ferramentas digitais que garantem uma gestão transparente e eficiente, como por exemplo, fazemos na Gestart, onde oferecemos cursos profissionalizantes para síndicos. O importante é que os condomínios escolham síndicos preparados, com perfil de liderança e compromisso com resultados”, destaca.