Para Camed Corretora de Seguros, os tipos de seguros de responsabilidade civil ainda são pouco propagados, mas são de grande relevância
O acionamento de seguros para transporte de passageiros no Ceará registrou um salto expressivo de 2.151% entre janeiro e julho de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) mostram que, nos sete primeiros meses do ano, foram pagos R$ 2,2 milhões em indenizações, contra pouco mais de R$ 100 mil no ano passado.
O seguro em destaque é o Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário (RCO), obrigatório por legislações federais e estaduais para empresas que atuam no transporte intermunicipal e interestadual. No Ceará, a exigência tem ampliado sua relevância, especialmente entre transportadoras que operam vans, micro-ônibus e empresas de turismo.
Para Roberta Tays, coordenadora de Qualidade de Negócios da Camed Corretora de Seguros, a baixa adesão ainda está relacionada à falta de informação. “Os tipos de seguros de responsabilidade civil ainda são pouco propagados, mas são de grande relevância, pois são exigidos de empresas, especialmente em processos de licitação”, salienta.
Ela reforça que os prejuízos em caso de sinistro podem ser muito maiores do que o custo de uma apólice.“Falando em custo-benefício, é muito melhor estar amparado por uma apólice do que arriscar e ter uma reclamação judicial por parte dos clientes”, frisa Roberta Tays.
Apesar da importância, o transporte urbano de Fortaleza ainda não utiliza esse tipo de seguro de forma ampla. A Etufor, responsável pelo transporte coletivo da capital, não exige a apólice de RCO, deixando milhões de passageiros vulneráveis em caso de acidente — mesmo com a legislação estadual determinando que empresas transportadoras mantenham seguros ativos.
Diante desse cenário, a Camed Corretora de Seguros avalia que o segmento de seguro de transporte tem grande potencial de crescimento, sobretudo com o avanço da educação financeira entre empresários do setor.
Em nível nacional, o seguro também apresenta expansão. As indenizações cresceram 57%, somando R$ 75,6 milhões — valor que já corresponde a 80% do total pago em todo o ano de 2024, quando o montante chegou a R$ 94,1 milhões.
Esse tipo de seguro é obrigatório para todas as empresas que realizam transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, conforme regulamentação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
