Festival Bora celebra a arte de mulheres negras e ocupa Fortaleza com diversidade de linguagens e territórios




Até 20 de julho, programação gratuita reúne artistas de diferentes trajetórias e expressões culturais

O Festival Bora Fortaleza transforma a orla e o Centro da cidade em um grande palco para a diversidade e o protagonismo feminino. Em sua primeira edição, o evento destaca especialmente a presença e a potência de mulheres negras, ocupando territórios que vão da Barra do Ceará ao Titanzinho com uma programação gratuita, plural e descentralizada. A iniciativa é realizada pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Cultura (Secultfor), em parceria com o Instituto Cultural Iracema (ICI).

A atuação de artistas mulheres nos palcos do festival evidencia mais do que talento: revela a força política e cultural de trajetórias que transformam a arte em ferramenta de afirmação. Essas vozes carregam a capacidade de abrir caminhos e ampliar narrativas no cenário cultural da cidade.

Com uma curadoria comprometida com a diversidade de gênero, raça e territórios, o festival dá visibilidade a talentos de múltiplas linguagens e vivências, criando espaços de troca e escuta entre público e artistas.

Nesta sexta-feira (11/07), o destaque é o espetáculo “Preta Rainha”, apresentado pela bailarina Wilemara Barros, às 19h, no Teatro São José. No solo autobiográfico, a artista celebra cinco décadas dedicadas à dança, revisitando memórias afetivas, o legado cultural e ancestral que carrega.

No sábado (12/07), o Conexão Bora promove um encontro com as rappers Duquesa (BA) e Cabulosa (CE) no Centro Cultural Belchior (CCBel). A roda de conversa, com entrada mediante inscrição prévia, propõe um bate-papo sobre produção musical, carreira e bastidores da cena independente. À noite, as artistas sobem ao palco do Estoril, ao lado da DJ Negona, para um show potente e repleto de referências da música preta contemporânea.

Programação completa pelo Instagram @festivalborafortaleza

Também no sábado (12/07), a partir das 18h, a MC Ynaiã se apresenta no palco do CCBel com o projeto “Alucinação Hip Hop”. Poeta, artista circense, slammer e produtora cultural, Ynaiã integra os coletivos Pira Roots, Oss Passinho e Caixinha Sonora, atuando em batalhas de rima, competições de dança e discotecagens de reggae, sempre com um olhar voltado para o impacto social e educativo de suas ações.

Já no domingo (13/07), o passeio ciclístico Roda Rosa convida mulheres para um pedal coletivo pelo Grande Mucuripe. Com participação mediante inscrição prévia, a iniciativa reforça o compromisso do festival e do projeto com a promoção da mobilidade ativa sob a perspectiva de gênero e o direito das mulheres de ocupar a cidade. A atividade começa às 7h30, com saída do Mercado dos Peixes, na Avenida Beira-Mar.

Mulheres que vieram antes e as que ainda virão

No primeiro fim de semana do festival (04 a 06 de julho), outras artistas mulheres ocuparam o centro da programação, como as cantoras Di Ferreira e Mallu Viturino, sambista Gabi Nunes e a DJ Bugzinha, que se apresenta novamente durante o Samba do Kanjerê, na próxima sexta-feira (18), na Praia de Iracema, a partir das 18h.

No encerramento do festival (18 a 20 de julho), outro destaque fica por conta das Princesinhas de Favela, que levam ao público o desfile de moda Baile do Beco, reafirmando o protagonismo feminino e periférico na cena cultural. Além disso, as artistas Mumutante, Kátia Freitas e Marta Aurélia se juntarão no próximo sábado (19/7) durante o show “Na paz do caos”, de Fernando Catatau.
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