A Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza atravessa uma das situações mais críticas da sua história recente. Sem recursos financeiros e operacionais, o hospital está impossibilitado de realizar novas internações em sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI), comprometendo diretamente a assistência à população que depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com a UTI completamente fechada para novos pacientes, o hospital perdeu um número expressivo de leitos em um momento em que a rede pública já enfrenta dificuldades para absorver a demanda por atendimentos de alta complexidade. A regulação do SUS, por sua vez, suspendeu temporariamente a liberação de novas admissões na unidade, o que agrava o cenário de desassistência.
Além do impacto à população, os profissionais de saúde também enfrentam sérias dificuldades. Uma das principais reivindicações é a regularização dos repasses para manter o hospital, que tem enfrentado muitos atrasos, os profissionais também denunciam o não recolhimento do FGTS há mais de cinco anos, o atraso de três meses nos repasses ao INSS durante o ano de 2023 e o acúmulo de férias vencidas sem previsão de quitação. Mesmo diante desse contexto, os profissionais buscam manter os atendimentos de urgência e emergência.
Busca por soluções
O Sindicato dos Médicos do Ceará já formalizou denúncias junto ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e ao Ministério Público do Trabalho (MPT), solicitando a adoção de medidas urgentes para garantir tanto os direitos dos trabalhadores quanto a manutenção dos atendimentos à população. “A crise na Santa Casa representa um sério risco à rede pública de saúde da capital, que hoje sofre com a redução da oferta de leitos e a desassistência em áreas críticas”, explica Dr. Edmar Fernandes, presidente do Sindicato.