Promovido pelo O Pequeno Nazareno, Seminário Internacional sobre proteção à infância tem abertura marcada por fala emocionante de adolescente




A abertura reuniu autoridades, especialistas e adolescentes 

O Seminário Nacional e Internacional sobre Boas Práticas para Proteção de Crianças e Adolescentes em Situação de Rua teve início na manhã desta quarta-feira (24), em Fortaleza, com uma abertura marcada pela emoção e pela força das vozes juvenis. Promovido pela Associação O Pequeno Nazareno (OPN), o evento integra o Projeto Dignidade para a Infância, realizado em parceria com a Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental, e reúne especialistas, parlamentares, representantes de organismos internacionais, organizações sociais e adolescentes para debater políticas públicas voltadas à proteção da infância.

A mesa de abertura contou com a presença do coordenador geral do OPN Manoel Torquato, da representante do Comitê dos Direitos da Criança da ONU Mary Beloff, deputado estadual Renato Roseno (PSOL-CE), da vereadora Adriana Gerônimo (PSOL-CE), do coordenador do CIAMP-Rua Anderson Miranda, do diretor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente Fábio Meirelles e dos membros da Red Internacional por la Defensa de la Infancia y Adolescencia en Situación de Calle, Pablo Bassi e Maria Del Rosário Hasperue.

Ao destacar a urgência de pensar soluções inovadoras e integradas para crianças em situação de rua, o seminário reforça a importância da troca de experiências entre diferentes países, organizações e atores sociais comprometidos com a defesa da dignidade e dos direitos humanos. Para o coordenador geral do OPN, Manoel Torquato, o encontro aprofunda discussões essenciais: “É um intenso debate sobre estratégias, boas práticas e garantias, para que todos possam levar elementos, perspectivas e resoluções para a rotina de trabalho e vivência de cada um.”

O momento mais marcante da abertura, no entanto, veio da fala de um adolescente. Aos 12 anos, Isaac Rosário, participante das atividades do OPN na comunidade do Bom Jardim, emocionou os presentes ao compartilhar sua visão sobre os desafios vividos em seu território. “Na minha comunidade falta saneamento básico, a violência é normalizada e as crianças estão sujeitas a todo tipo de situação ruim”, disse, arrancando aplausos da plateia. Ele destacou ainda a distância entre quem cria as leis e quem vive a realidade das periferias: “Existe uma grande diferença entre quem faz as leis e quem mora na comunidade. Muitos não conhecem e nem compartilham do mesmo sentimento de medo e angústia que a gente sente diante da falta de segurança.” Ao finalizar, Isaac chamou atenção para os impactos da vulnerabilidade social na saúde mental: “As crianças e adolescentes que vivem em comunidades, ocupações e bairros periféricos estão ficando cada vez mais ansiosos, com crises de ansiedade, por causa da situação em que se encontram.”

Também participante da mesa de abertura, Mary Beloff destacou a relevância do evento em Fortaleza. “Estou impressionada pelo tamanho do seminário e com o compromisso e o trabalho sério voltado para pessoas em situação de vulnerabilidade, buscando amenizar a dor e o sofrimento dessas pessoas”, afirmou a representante do Comitê dos Direitos da Criança da ONU.

As falas de Isaac, Manoel Torquato e Mary Beloff sintetizaram o espírito do seminário, reforçando tanto a urgência de soluções coletivas quanto a importância de colocar no centro a experiência e a voz de quem vive diariamente a realidade da vulnerabilidade social.


Serviço:
Local: Auditório Murilo Aguiar – Assembleia Legislativa do Ceará
Data: 25/09, das 9h às 17h/ 26/09, das 9h às 13h30


Sobre a Associação Beneficente O Pequeno Nazareno

Fundada em 1993, por Bernardo Rosemeyer, a Associação Beneficente O Pequeno Nazareno é reconhecida nacionalmente pelo atendimento integral a crianças e adolescentes em situação de rua, bem como a suas famílias e comunidades de deslocados internos localizadas em  municípios do Norte e do Nordeste do Brasil. Sem fins lucrativos, a instituição dedica-se à promoção da dignidade, justiça e inclusão social, enfrentando preconceitos e influenciando políticas públicas para a transformação da sociedade.


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