Relatório do McKinsey Global Institute aponta que entre 2030 e 2060 grande parte dos trabalhos serão automatizados
A Inteligência Artificial (IA) não é apenas uma tendência, mas uma profunda transformação estrutural que redefine o papel dos líderes e a dinâmica do mercado de trabalho. Para Kássia Sales, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-CE), é necessária a construção de uma "liderança híbrida", na qual a tecnologia se une à sensibilidade humana para impulsionar a estratégia e o desenvolvimento das pessoas.
Em um cenário de rápidas transformações, a IA tem o potencial de liberar os gestores de tarefas operacionais, permitindo que eles se dediquem a atividades mais estratégicas. “A tecnologia não substitui o humano, pelo contrário, ela empodera o gestor de pessoas a focar em estratégias, desenvolvimento e experiência”, afirma Kássia Sales. Apesar da evolução, a presidente da ABRH-CE aponta que a transição para esse novo modelo levanta contrapontos relevantes. O avanço da Inteligência Artificial Generativa (GenAI) cria um cenário de duas faces:
Potencial econômico acelerado: Um relatório do McKinsey Global Institute projeta que a GenAI pode injetar anualmente entre US$ 2,6 trilhões e US$ 4,4 trilhões na economia global. Além disso, a tecnologia pode automatizar de 60% a 70% do tempo dos profissionais em diversas áreas, aumentando drasticamente a produtividade.
Risco de deslocamento do trabalho: No lado oposto, o mesmo relatório alerta que metade de todos os trabalhos poderá ser automatizada entre 2030 e 2060. O mercado já sente o peso dessa transição, com dados mostrando que até 60% das ocupações podem ter, pelo menos, 30% de suas atividades automatizadas.
“A tecnologia devolve tempo aos líderes, seja para ouvir, desenvolver e humanizar”, comenta Kássia, ao ressaltar, contudo, que o futuro do gestor de pessoas não é automatizado, mas sim híbrido, exigindo que as empresas invistam não apenas em ferramentas, mas também em cultura, formação e ética para garantir que a IA seja utilizada para elevar o padrão do fluxo organizacional, e não apenas para cortar custos.
A presidente Kássia Sales reforça que a Inteligência Artificial não elimina a necessidade de um líder, mas expõe aqueles que não estão preparados. "Sempre reforçamos que uma liderança deve ser pautada na humanização e na inovação, colocando as pessoas no centro das decisões", pontua a líder da ABRH-CE, enfatizando que a nova era do trabalho será definida pela capacidade das lideranças de harmonizar a eficiência da máquina com a essência humana, promovendo ambientes inclusivos, produtivos e, acima de tudo, humanizados. A disputa, segundo ela, não será entre humanos e máquinas, mas entre pessoas que aprenderam a usar a tecnologia e aqueles que não o fizeram.
Sobre a ABRH-CE
A ABRH-CE é uma entidade sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento e valorização de pessoas e organizações. Com eventos de grande relevância, como o Fórum Saúde+RH, o Prêmio Ser Humano e o CearáRH, a associação se consolida como um ponto de referência para inovação, aprendizado e networking no mercado cearense.